O
estudo das Neurociências começou no século XIX, abordando variadas
questões pertinentes ao sistema nervoso no ser humano e nos animais.
O
sistema nervoso é responsável pelo controle das funções
orgânicas, assim como a integração do animal com o meio ambiente,
ou seja, coordena todas as funções de todos os sistemas do
organismo.
O
presente
trabalho objetiva
focar a
função
orgânica
da
linguagem,
apresentando
as
contribuições
em especial
do médico
francês
Paul Broca,
posto que
o campo
de
estudo
em
que
Broca
se
destacou
na
história
da
medicina
e
das
neurociências
foi
a
descoberta
do
centro
da
fala,
conhecido
na
atualidade
como
área
de
Broca.
Referente às
neurociências,
colaborou,
inclusive
ao
descobrir pela
primeira
vez
a
localização
da
função
da
linguagem
em
uma
região
específica e,
em
um
hemisfério
do
cérebro.
Foi
também
um
dos
muitos
cientistas
que
acreditava
que era possível medir
a qualidade
intelectual
do
homem,
pelo
tamanho
de
seu
cérebro.
E, em 1880,
a
teoria
das
localizações
cerebrais
foi
associada
à
anti-sepsia
e
à
anestesia,
marcando
o
nascimento
da
moderna
neurocirurgia.
Pierre
Paul Broca
nasceu
na
cidade
de
Sainte-Foy-la-Grande
em
28
de
junho
de
1824,
e
morreu
em
Paris
em
09
de
julho
de
1880.
Era
uma
criança
muito inteligente,
se
formou
no
colégio
simultaneamente
em
literatura,
matemática
e
física.
Entrou
para
a
escola
de
medicina
aos
17
anos,
formando-se
aos
20
anos,
enquanto
a
maioria
dos
seus
contemporâneos
ainda
estava
iniciando
como
estudantes.
Além
de
médico,
foi
um
cientista,
anatomista
e
antropólogo.
Broca
estudou
medicina
na
Universidade
de
Paris,
especializando-se
em
muitas
áreas,
aos
24
anos
de
idade
já
havia
recebido
muitas
medalhas,
prêmios
e
posições
importantes,
seus
primeiros
trabalhos
científicos
se
ocuparam
da
histologia,
da
cartilagem
e
dos
ossos,
mas
ele
também
estudou
a
patologia
do
câncer,
o
tratamento
dos
aneurismas
e
a
mortalidade
infantil.
Foi
um
excelente
neuroanatomista,
fez
importantes
contribuições
à
compreensão
sobre
o
sistema
límbico
ou
rinencéfalo.
Tornou-se
professor
da
cadeira
de
patologia
cirúrgica
da
Faculdade
de
Medicina
de
Paris
e
médico
para
os
hospitais
de
Saint
Antoine
e
Piete.
Foi um pioneiro em antropologia física. Ele fundou a Sociedade
Antropológica de Paris em 1859, a Revue
d'Anthropologie
em 1872 e a Escola de Antropologia de Paris, em 1876. Ele contribuiu
para o progresso da antropometria craniana ao desenvolver novos tipos
de instrumentos de medida (craniômetros) e índices numéricos.
Outro campo para o qual Broca colaborou significativamente foi a
anatomia comparada dos primatas. Ele estudou a relação entre
características anatômicas do cérebro e do crânio e as
capacidades mentais, como a inteligência.
Porém,
o
campo
de
estudo
em
que
Broca
ficou
famoso
e
se
destacou
como
uma
figura
proeminente
na
história
da
medicina
e
das
neurociências
foi
a
descoberta
do
centro
da
fala,
atualmente
conhecido
como
área
de
Broca.
Como
personalidade,
Broca foi um indivíduo
notável.
Seus
contemporâneos
o
descreveram
assim:
"generoso,
benevolente
e
bondoso,
com
inquebrantável
coragem
e
honestidade,
venerado
por
todos,
jamais
fez
um
inimigo,
e
jamais
perdeu
um
amigo.
Era
um
nobre,
e
um
seguidor
de
Cristo",
entretanto,
ele
fundou
uma
sociedade
de
livres-pensadores
em
1848
e
tinha
simpatia
pela
teoria
da
seleção
natural
de
Darwin,
e
por
isso
foi
acusado
pelas
autoridades
como
sendo
um
subversivo,
um
materialista
e
um
corruptor
dos
jovens.
Ele
era
um
trabalhador
infatigável
e
escreveu
centenas
de
livros
e
artigos
(sendo
53
deles
dedicados
aos
estudos
sobre
o
cérebro).
Ele
também
se
dedicava
à
assistência
médica
aos
pobres
e
foi
uma
figura
importante
na
Assistance
Publique.
No
final
de
sua
vida,
Paul
Broca
foi
eleito
como
membro
vitalício
do
Senado
da
França.
Ele
foi
também
um
membro
da
Academia
Francesa
de
Ciências,
e
recebeu
graus
honoríficos
de
muitas
instituições
do
saber,
na
França
e
no
exterior.
Paul
Pierre
Broca
faleceu
em
Paris,
em
1880,
provavelmente
de
um
aneurisma
cerebral.
Paul
Broca
contribuiu
significativamente
para
a
área
das
neurociências
ao
evidenciar
pela
primeira
vez
a
localização
da
função
da
linguagem
em
uma
região
determinada
e,
em
um
hemisfério
do
cérebro.
A
primeira
evidência
para
a
localização
da
função
da
linguagem
em
uma
região
específica
(e
em
um
hemisfério)
do
cérebro
é
normalmente
atribuída
ao
neurologista
francês
Paul
Broca
e
ao
neurologista
alemão
Carl
Wernicke,
os
quais
fizeram
várias
observações
seminais
no
final
do
século
XIX.
Tanto
Broca
como
Wernicke
examinaram
os
encéfalos
de
indivíduos
que
haviam
se
tornado
afásicos
e
morrido
posteriormente.
Com
base
na
correlação
entre
as
observações
clínicas
e
a
localização
das
lesões
no
encéfalo,
observadas
na
autópsia,
Broca
sugeriu
que
a
capacidade
da
linguagem
estivesse
localizada
na
região
ventral
posterior
do
lobo
frontal.
Mais
importante,
ele
observou
que
a
perda
da
capacidade
de
produzir
linguagem
com
sentido
– em
oposição
à
capacidade
de
mover
a
boca
e
de
produzir
palavras
– estava
normalmente
associada
a
lesões
no
hemisfério
esquerdo.
“On
parle
avec
l'hemisphere
gauche”
(“falamos
com
o
hemisfério
esquerdo”),
concluiu
Broca.
(PURVES...
[et
al.],
p.
691)
Os
estudos de Broca e Wernicke, culminaram em duas regras referentes a
localização da linguagem. A primeira refere-se à lesões que
ocorridas no lobo frontal esquerdo, na região denominada área de
Broca, afetam a capacidade de produzir linguagem com eficiência.
Deficiência conhecida como afasia motora ou expressiva, e também
conhecida como afasia de Broca.
A
segunda regra apresenta que uma lesão no lobo temporal esquerdo
resulta em dificuldade da compreensão da língua falada. Esta
deficiência é conhecida como afasia sensorial ou receptiva,
conhecida como afasia de Wernicke. A afasia receptiva normalmente
reflete lesão dos córtices de associação auditivos no lobo
temporal posterior, região conhecida como área de Wernicke.
A
despeito da validade das observações originais de Broca e Wernicke,
na prática a classificação dos distúrbios de linguagem é
consideravelmente mais complexa. Um esforço para refinar a
categorização das afasias elaboradas no século XIX foi feito pelo
neurologista norte-americano Norman Geschwind durante a década de
1950 e início da década de 1960. com base em dados clínicos e
anatômicos de um grande número de pacientes e em uma melhor
compreensão da conectividade cortical, obtida por aquela época a
partir de estudos em animais, Geschwind, concluiu, corretamente, que
diversas outras regiões dos córtices parietal, temporal, e frontal
estão envolvidas de modo decisivo nas capacidades linguísticas
humanas. (PURVES... [et al.], p. 695)
Então,
a descoberta de ambos estudiosos, é de fundamental importância à
compreensão dos distúrbios da linguagem bem como para os estudos
que surgiram posteriormente.
Broca
é
considerado
o
pai
das
localizações
cerebrais,
pois
foi
ele
quem
localizou
ou
descobriu
uma
das
funções
cerebrais
que
fosse
testada
experimentalmente,
que
é
a
da
língua.
A
principal
ideia de
Broca
é
fazer
da
linguagem
articulada
uma
linguagem
inteligível,
onde
um
paciente
afásico
mesmo
deixando
a
impressão
de
ter
perdido
toda
a
possibilidade
de
entendimento,
mas
que
não
perdeu
o
vocabulário
para
uma
boa
comunicação,
somente
faltando-lhe
o
controle
motor.
Assegurado
pelos
neurônios
da
área
de
Broca,
que
é
responsável
pelo
funcionamento
dos
diversos
músculos
como:
faringe,
língua,
labiose,
cordas
vocais,
que
intervêm
na
articulação
da
fala.
Esta
área
do
cérebro
é
chamada
de
zona
cortical
do
lobo
frontal
esquerdo
da
área
de
Broca,
e
a
perda
da
fala
é
devida
a
destruição
dessa
área,
por
meio
de
A.V.C
(acidente
vascular
cerebral).
Broca
compartilha
das
ideias transformadoras
onde
se
criou
a
Sociedade
da
Antropologia,
pela
qual
visava
colocar
o
homem
na
mesma
classe
dos
seres
vivos,
por
meio
de
estudo
científico.
Foi
um
dos
muitos
cientistas
que
acreditavam
que
poderiam
medir
a
qualidade
intelectual
do
homem,
pelo
tamanho
de
seu
cérebro.
Mas
o que lhe confere o seu lugar na história da medicina é a sua
descoberta do "centro de uso da palavra" no
cérebro (agora
conhecida como área de Broca), na região do
lobo frontal.
Esta descoberta é fruto de seus estudos sobre os cérebros dos
pacientes com
afasia
(incapacidade
parcial ou total para falar), particularmente o cérebro do seu
primeiro paciente no Hospital
Bicêtre,
Leborgne, apelidado de "Tan", devido à sua incapacidade de
falar claramente qualquer outra expressão além de "tan".
Em
1861,
através de
necrópsia,
Broca determinou que Tan tinha uma lesão provocada pela
sífilis no
hemisfério cerebral esquerdo.
Esta lesão foi determinada a cobrir a área do cérebro importante
para a produção da fala.
A
descoberta
de
Broca
sobre
a
localização
da
área
cerebral
responsável
pela
a
afasia
produtiva,
disseminou
o
conceito
de
que
funções
corticais
específicas
poderiam
ser
localizadas
na
superfície
do
cérebro,
sendo
ele
um
dos
pioneiros
das
descrições
precisas
da
anatomia
cortical.
Broca
também
interpretou
as
perfurações
nos
crânios
incas
pré-colombianos
como
sendo
praticadas
cirurgicamente.
Entre
muitas
das
pesquisas
desenvolvidas
por
Broca,
encontramos
os
trabalhos
pioneiros
de
correlação
dos
sulcos
e
giros
cerebrais
com
a
convexidade
craniana
(topografia
cranioencefálica),
que
serviriam
para
orientar
a
via
de
acesso
cirúrgica,
nos
primórdios
da
neurocirurgia.
Nesta
época,
os
procedimentos
médicos
no
crânio
eram
limitados
ao
tratamento
de
fraturas
ou
abcessos
associados.
Broca
descreveu
e
nominou
a
maioria
dos
pontos
craniométricos.
Suas
pesquisas
descortinaram
a
importância
de
estudos
pormenorizados
das
áreas
cerebrais
e
suas
funções.
Broca,
em
1871,
aplicou
a
teoria
das
localizações
cerebrais
e
os
dados
da
topografia
cranioencefálica
no
diagnóstico
de
lesão
intracraniana
seguida
de
intervenção
cirúrgica.
Pela
primeira
vez,
a
localização
de
lesão
intracraniana
invisível
foi
seguida
de
intervenção
neurocirúrgica.
O
paciente
apresentava
quadro
de
afasia
expressiva,
indicando
lesão
giro
frontal
inferior
esquerdo.
O
paciente
apresentou
melhora
temporária,
mas
faleceu
poucos
dias
depois.
Broca
pode
ser
considerado
um
dos
pioneiros
da
neurocirurgia.
Na
década
de
1880,
a
teoria
das
localizações
cerebrais
foi
associada
à
anti-sepsia
e
à
anestesia,
marcando
o
nascimento
da
moderna
neurocirurgia.
As
contribuições de Paul Broca para as neurociências são
indubitavelmente relevantes, assim como para as ciências humanas de
maneira geral, pois tais conceitos são estudados em diversas áreas
profissionais, além da medicina, a psicologia, a fonoaudiologia, a
fisioterapia, o que poderia viabilizar a inserção de novas
pesquisas.
E,
atualmente
se
sabe
que
a
área
de
Broca
também
está
envolvida
em
outros
aspectos
da
fala,
entretanto
questões
éticas
e
médicas
obstam
maiores
estudos
do
cérebro
humano
vivo.
Desta
forma,
desde
que
foi
descoberta,
pouco
progresso
foi
obtido
na
compreensão
do
papel
dessa
parte
do
cérebro
na
linguagem.
Os
neurocirurgiões
podem
sondar
o
cérebro
utilizando
eletrodos
colocados
na
superfície
do
córtex
cerebral,
mas
as
cirurgias
que
exigem
esse
procedimento
não
são
executadas
com
muita
frequência.
As
descobertas
de
Broca
continuam
a
desafiar
novos
pesquisadores
a
avançar
no
conhecimento
da
produção
da
linguagem.
REFERÊNCIAS:
- GUSMÃO, Sebastião; SILVEIRA, Roberto Leal; CABRAL FILHO, Guilherme. Artigo - Broca e nascimento da moderna neurocirurgia. Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Serviço de Neurocirurgia do Hospital Madre Teresa. Serviço de Neurocirurgia do Hospital Luxemburgo. Belo Horizonte – MG.
- PURVES, Dale [et al.]. Neurociências. Consultoria, supervisão e revisão técnica desta edição: Carla Dalmaz, Jorge Alberto Quillfeldt. - 4.ed. - Porto Alegre: Artmed, 2010.
- http://www.cerebromente.org.br/n02/historia/broca_p.htm Último acesso em 02/05/2012.
- http://www.mcnbiografias.com Último acesso em 05/05/2012.
Texto muito interessante. Parabéns, pessoal!
ResponderExcluirAgradecemos o seu elogio Ellen.
ExcluirOlá, bom material para pesquisa, valeu!
ResponderExcluirAna, Este material é resultado das pesquisas para este trabalho.Caso necessite das fontes é só pedir. Muitos trabalhos foram pesquisados via google acadêmico
ResponderExcluirparabéns,fico muito felicíssima ,pois luto muito com a dificuldade imensa que tenho em interpretação.Leio e quando termino a frase ou texto não lembro quase nada sobre o assunto,gostaria de ter ajuda ,mais devido a situação financeira fica difícil procurar ajuda,esse é meu desabafo...Maria Aparecida Eduardo.
ResponderExcluirJusto o que procurava sobre brocas
ResponderExcluirO texto apresenta muitas repetições, as mesmas frases citadas no início aparecem no final.
ResponderExcluir